Segundo estudo publicado pela Associação Portuguesa de Investigação em Cancro (ASPIC)i, Portugal tem as maiores taxas de mortalidade por cancro gástrico na Europa Ocidental, juntamente com altas prevalências de infeção por Helicobacter pylori, variando de quase 5% dos 0,5 aos 2 anos para pouco mais de 90% aos 70 anos ou mais. Praticamente todas as pessoas infetadas pelo H. pylori apresentam inflamação gástrica (gastrite), que pode afetar todo o estômago ou apenas sua parte inferior (antro). A infeção pode também causar gastrite erosiva e até mesmo uma úlcera do estômago. A bactéria H. pylori contribui para a formação de úlceras ao elevar a produção de ácido, afetando as defesas normais do estômago contra a acidez gástrica e produzindo toxinas. A longo prazo, esta infeção aumenta o risco de cancro do estômago.

Embora a combinação de um inibidor da bomba de prótons com dois antibióticos, claritromicina e a amoxicilina, ainda seja eficaz no tratamento da infeção por H. pylori e continue a ser o seu tratamento habitual, a resistência da H. pylori aos antibióticos está a aumentar, constituindo um problema de saúde pública mundial.

Segundo um estudo publicado no Journal of Enzyme Inhibition and Medicinal Chemistryseriaii seria prudente antecipar o problema da resistência cada vez mais relatada à claritromicina e procurar alternativas, considerando que o extrato de própolis tem muito potencial na inibição de H. pylori. Como alguns inibidores eficazes de urease, como AA, não podem ser desenvolvidos em agentes terapêuticos devido à sua toxicidade e rápida degradação metabólica, o própolis, por ser um produto natural, tem potencial para ser utilizado como um recurso muito seguro para suprimir e controlar H. pylori, associado a doenças gastroduodenais. Em conclusão, o estudo referido considera que o consumo regular de extrato de própolis, rico em compostos fenólicos compostos, pode contribuir para a redução de diversas formas de doença associada a H. pylori.

Um outro estudo japonês, publicado na revista Phytomedicineiii, focado sobretudo nas propriedades hepatoprotetoras do própolis verde do Brasil, conclui igualmente que os diterpenos do tipo labdano e alguns dos compostos fenólicos prenilados do própolis verde possuíam atividade antibacteriana contra o Helicobacter pylori.

Tendo em conta o índice de ineficácia do tratamento antibiótico da infeção por H. pilori, superior a 20% em Portugal segundo dados da União Europeia de Gastroenterologia (chegando a alcançar quase o dobro em países como a Itália ou a Grécia) e também o dano que o mesmo causa no microbioma, responsável entre outros pelo bom funcionamento do sistema imunitário, é razoável tentar irradicar a bactéria por vias naturais, sobretudo em casos menos severos ou urgentes. O própolis EPP-AF® contém uma mistura padronizada de própolis verde (predominante) e castanho do Brasil, de modo a garantir um máximo de ativos, sugerindo assim a maior eficácia em todos os domínios onde o própolis atua, nomeadamente no controlo e supressão da infeção por H. pilori, particularmente quando associado a protetores e reparadores das paredes gastrointestinais como a glutaminaiv e o complexo de zinco e carnozinav, largamente estudado e utilizado no Japão, com resultados muito superiores ao do tratamento standart no combate à H. pilorivi.


i – Samantha Morais1, Ana Ferro1, Ana Bastos1, Clara Castro1, 2, Nuno Lunet1, 3, Bárbara Peleteiro1, 3  (2015) Mortalidade por cancro do estômago e prevalência de infeção por Helicobacter pylori em Portugal.

1 EPIUnit – Institute of Public Health, University of Porto, Porto, Portugal. 2 North Region Cancer Registry (RORENO) – Portuguese Oncology Institute, Porto, Portugal. 3 Department of Clinical Epidemiology, Predictive Medicine and Public Health, University of Porto Medical School, Porto, Portugal

ii – Nimet Baltas1, Sengul Alpay Karaoglu2, Cemre Tarakci2 & Sevgi Kolayli3 (2016) Effect of propolis in gastric disorders: inhibition studies on the growth of Helicobacter pylori and production of its urease, Journal of Enzyme Inhibition and Medicinal Chemistry, 31:sup2, 46-50, DOI: 10.1080/14756366.2016.1186023

1 Department of Chemistry and 2 Department of Biology, Faculty of Arts and Science, Recep Tayyip Erdogan University, Rize, Turkey, and 3 Department of Chemistry, Faculty of Science, Karadeniz Technical University, Trabzon, Turkey

iii – A. H. Banskota1, Y. Tezuka1, I K. Adnyana1, E. Ishii2, K. Midorikawa1, K. Matsushige1 and S. Kadota1 (2001)  Hepatoprotective and anti-Helicobacter pylori activities of constituents from Brazilian propolis.

1 Department of Natural Products Chemistry, Institute of Natural Medicine, Toyama Medical and Pharmaceutical University, Toyama, Japan. 2 Department of Bacteriology, Osaka City Institute of Public Health and Environmental Sciences, Tennoji-ku, Osaka, Japan.

iv – Souba WW , Klimberg VS , Plumley DA , Salloum RM , Flynn TC, et al. The role of glutamine in maintaining a healthy gut and supporting the metabolic response to injury and infection. J Surg Res; 1990, 48: 383-91.
Khan J , Iiboshi Y , Cui L , Wasa M , Sando K , Takagi Y , Okada A. Alanyl-glutamine-supplemented parenteral nutrition increases luminal mucus gel and decreases permeability in the rat small intestine. J Parenter Enter Nutr; 1999, 23:24-31.

v – Furuta S. et al., Jpn J. Pharmacol., 1995 Apr, 67(4) : 271-8. Furuta S. et al., J. Pharma. Biomed. Anal., 1999, 19 : 453-61. Hiraishi H. et al., Aliment Pharmacol. Ther., 1999, 13 : 261-9. Kato S. et al., Dig. Dis. Sci., 1997, 42(10) : 2156-2163. Nishiwaki H. et al, J. Physiol. Pharmacol., 1999 Jun, 50(2) : 183-95 ; Suzuki H. et al., J. Gastroenterol., 1999, 34 Suppl 11 : 43-6. Fuji Y. et al., Jpn J. Pharmacol., 2000 Sept, 84(1) : 63-70. Naito Y. et al., Dig. Dis. Sci., 2001, 46 (4) : 845-851. Tadahiti S. et al., The J. Pharmacol. Experimen. Therap., 1999, vol 291 n° 1, 345-352.

vi – Furuta S. et al., Nippon Rinshon., 2002, 60 Suppl 2,717-20. Kashimura et al., Aliment Pharmacol. Ther., 1999 April, 13(4) : 483-7. Suzuki H. et al., Aliment Pharmacol. Ther., 2001, 15 : 715-25. Handa O., Can. J. Gastroenterol., 2002 Nov, 16(11) : 785-9. Korokiewicz R. et al., Dig. Dis. Sci., 2000, 45 ; 6: 1200-9. Naito Y. et al., Dig. Dis. Sci., 2001, 46 ; 4 : 845-71. Nagamine T. et al., Biological Trace Elements Research, 2000, vol 75, issue 1-3 : 53-63.




Formulário de Contacto


    Partilhar: