
O discurso oficial sobre as graves consequências da utilização de plásticos e derivados tem vindo a mudar e algumas medidas avulso têm sido tomadas, tais como a proibição de palhinhas e talheres de plástico, mas na realidade a produção de plástico tem aumentado significativamente nas últimas décadas, devido ao seu baixo custo, alta durabilidade e resistência a produtos químicos, radiação e pressão. Naturalmente, nesse “baixo” custo não estão contabilizados os prejuízos que vão provocar em termos de degradação ambiental, destruição de ecossistemas e saúde humana e animal.

As atividades antrópicas e industriais geram grandes quantidades de resíduos plásticos que, mesmo após alguns ciclos de reciclagem, acabam direta ou indiretamente no ambiente, onde causam um enorme impacto físico e químico, comportando-se inclusivamente como disruptores endócrinos que, entre outros, causam esterilização, problemas comportamentais e diminuição da população, segundo relatório publicado pela Plastics, EDCs & Health: A Guide For Public Interest Organizations and Policy-makers on Endocrine Disruption Chemicals & Plastics.
Os microplásticos atuam também como captadores de poluentes orgânicos persistentes (POPs) altamente nocivos, PCBs, pesticidas organoclorados, DDE e nonilfenol, que são tóxicos e estão diretamente ligados a disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Capazes de permanecer muito tempo no ambiente, uma vez ingeridos fixam-se na gordura corporal, no sangue e outros fluidos de animais e humanos.
Omnipresentes em produtos de consumo diário, incluindo em roupas e produtos de higiene tais como sabonetes, cremes, pastas de dentes, são um verdadeiro perigo para o ambiente, acabando diretamente na rede de esgoto. Mesmo quando há estações de tratamento, as microesferas de plástico, nomeadamente dos cosméticos, não são retidas pela filtragem de partículas, pois são muito pequenas, e acabam no oceano.
O plástico nos oceanos é um dos grandes problemas ambientais do nosso tempo. Para termos uma ideia da dimensão do problema, a Ellen MacArthur Foundation estima que até 2050 o mar terá mais quantidade de plástico do que de peixes. Os animais morrem frequentemente asfixiados com o lixo plástico flutuante ou ingerem esses resíduos confundindo-os com alimentos, trazendo assim o plástico para a cadeia alimentar.

Um recente estudo da Universidade de Bayreuth detetou nove tipos de partículas plásticas em amostras de água de torneira de várias partes do mundo, concluindo a Society for Risk Analysis que a água potável tornou-se uma fonte significativa de microplásticos na dieta humana. Os microplásticos estão igualmente presentes no sal, nos alimentos (os consumidores de produtos marinhos ingerem mais de dez mil microplásticos por ano), no ar e também no organismo humano. Segundo um estudo publicado no Journal of Hazardous Materials, a ingestão desses microplásticos causa lesões celulares, danos nas membranas celulares, apoptose celular e reações alérgicas. O WWF estima que consumimos atualmente o equivalente a um cartão de crédito de plásticos por semana, ou sejam cerca de 20 kg ao longo da vida.

Outro grande motivo de preocupação é encontrarem-se microplásticos na placenta de mulheres grávidas, de acordo com um estudo publicado na Environment International. Os investigadores notaram uma dúzia de partículas de plástico em apenas 4% de placenta, o que sugere que o número total de microplásticos pode ser muito maior. Assim, é importante evitar utilizar produtos que contenham plásticos, nas suas fórmulas (cosméticos, produtos de higiene, etc.) ou na sua composição, uns afetando diretamente a nossa saúde, outros indiretamente por via da poluição ambiental.
A Virya orgulha-se do enorme e consequente esforço das suas principais marcas em reduzir a sua pegada ambiental, quer nas suas instalações, na seleção de matérias-primas, cadeias de produção e embalagens, e a partir deste mês conta com uma nova e dinâmica marca de produtos para a casa, a ecoLiving, 100% ecológicos, sustentáveis e livres de plásticos.