Neste artigo focamo-nos particularmente nas funções de desintoxicação e drenagem do fígado, um órgão responsável por desintoxicar o nosso organismo de resíduos e poluentes. Talvez não saiba, mas se o fígado cessasse a sua função de desintoxicar morreríamos num par de horas!
Naturalmente, para além de filtrar os 400 litros de sangue que o atravessam diariamente, o fígado cumpre muitas outras funções, tais como produzir bílis para decompor as gorduras e ajudar à digestão dos alimentos (um litro inteiro por dia!), assegurar o armazenamentodas vitaminas A, B, D, E e K, armazenar ferro e cobre implicados nas reações anti-infeciosas e ajudar a combater as células e substâncias nocivas que ameaçam o organismo. O fígado é uma verdadeira fábrica química, produzindo mais de 13.000 substâncias químicas essenciais e regulado mais de 50.000 enzimas vitais, e desempenha igualmente uma função no metabolismo dos lípidos (colesterol, triglicéridos) e da glicemia (reserva de glicogénio) e na síntese de proteínas (coagulação).
Desintoxicação ou drenagem?
Numa primeira fase, a que chamamos de funcionalização ou ativação, o fígado capta as substâncias tóxicas e transforma-asem moléculas radicais livres ainda mais tóxicas, que em seguida, numa segunda fase de conjugação, neutraliza. Estas duas fases são a desintoxicação propriamente dita. A drenagem está confinada à terceira fase, a eliminação dessas moléculas transformadas por via da bílis e da urina.
Há dois tipos de substâncias que o fígado (e o organismo no seu todo) deve eliminar: as toxinas endógenas, produzidas pelo organismo nas suas várias funções (digestão, imunológica, etc.), e toxinas xenobióticas, que provêm do meio ambiente por via da alimentação, respiração, contacto, etc.
Confrontados a estas moléculas tóxicas, os nossos antepassados e os seus respetivos fígados, tinham a árdua tarefa de eliminar cerca de 200 a 300 moléculas tóxicas diferentes. Contudo, desde a era industrial foram introduzidas no nosso meio ambiente centenas de milhares de moléculas tóxicas, sem que aliás alguma vez tenha sido feito algum estudo de impacto no ambiente ou na nossa saúde para cada uma delas e muito menos para os coquetéis resultantes da sua exposição combinada. Estão por todo o lado! Nos alimentos e nas bebidas que ingerimos, no ar que respiramos, nos tecidos com que nos vestimos ou utilizamos, nos veículos com que nos deslocamos, ou seja, onde quer que pousemos o olhar facilmente podemos detetar dezenas dessas moléculas que envenenam a nossa saúde, os nossos solos, os nossos rios e oceanos, em resumo, o nosso planeta.
Que podemos fazer?
Como era de se esperar, o fígado hoje é confrontado a uma tarefa titanesca para a qual os milhões de anos de evolução não o prepararam. Sendo praticamente impossível evitar a exposição a estes poluentes que nos debilitam e afetam a nossa saúde física, hormonal e mental, o fígado agradece tudo o que possamos fazer para diminuir a sua exposição, tal como evitar alimentos produzidos industrialmente ou prevenientes da agricultura não biológica, evitar a exposição à poluição, que muitas vezes começa nos produtos de “limpeza” domésticos e nos produtos de higiene e cosmética que utilizamos, etc. Por outro lado, devemos consumir produtos ricos em antioxidantes, minerais e vitaminas, particularmente frutas e legumes de época, que auxiliam o fígado nas fases 1 e 2 (funcionalização e conjugação) e em especial crucíferas (todo o tipo de couves, rabanetes, etc.), ricas em moléculas sulfurosasque apoiam a fase 2 (conjugação).
Depois há uma série de moléculas que apoiam o fígado na sua cada vez mais difícil tarefa de desintoxicação e drenagem, que encontramos em parte nos alimentos mas sobretudo na suplementação, como as seguintes que constam da fórmula do Phytodrene:
- O MSM (metil-sulfunil-metano) é uma molécula sulfurosa presente na natureza que sustenta as fases 1 e 2 de desintoxicação, tal como as vitaminas C e B. Na suplementação é particularmente interessante o Opti-MSM, a forma bioativa do enxofre orgânico.
- Plantas como a alcachofra e alburno (sobrecasca) da tília estimulam a secreção de bílis, facilitando a fase 3 de eliminação, que pode igualmente ser apoiada pela taurina e pela colina, dois aminoácidos que entram na composição da bílis.
- A montante, a curcuma tem uma ação anti-inflamatória que diminui os tóxicos e o desmodium, uma planta africana, é um hepatoprotetor com capacidade de reparar a célula hepática sobrecarregada.
A Seiva de Bétula, entre outras virtudes, tem uma ação drenadora ideal e contribui para a eliminação dos resíduos orgânicos, como o ácido úrico, apoiando o fígado na eliminação de toxinas. Rica em vitaminas e micronutrientes, é também fonte natural de energia e vitalidade, um contributo não negligenciável, sabendo que um dos primeiros e principais sintomas da sobrecarga do fígado é a fadiga.
A drenagem é uma função essencial, quer para eliminar pelas vias naturais as toxinas neutralizadas pelo fígado, quer todos os resíduos dos metabolismos celulares e orgânicos, incluindo os despojos das batalhas que o sistema imunitário trava diariamente contra microorganismos patogénicos e todo o tipo de poluentes e moléculas agressoras exógenas.
Já agora, se sentir fadiga e falta de apetite, se tiver um sabor amargo na língua, mau hálito ou fezes de cor clara, má digestão (náuseas, prisão de ventre, diarreia…) e despertar entre a 1h e as 3h da manhã sem razão aparente, se sentir dores na parte superior do abdómen(mesmo abaixo das costelas), não tenha dúvidas: o seu fígado está mesmo a precisar de descanso e de ajuda!
Não hesite em colocar aqui qualquer questão ou comentário.
PS: Fica aqui o agradecimento à Dra. Laurence Lins, responsável científica do Laboratório Bio-Life, pelo seu contributo para este artigo.