
Os teóricos da História explicam que todos os desenvolvimentos e avanços civilizacionais, sejam culturais, artísticos, filosóficos, científicos ou outros, passam por várias fases: numa primeira fase, em que estão confinados a certas elites, começam por ser ignorados; em seguida, quando começam a colocar em questão os paradigmas aceites pelos detentores do saber ou dos costumes, são combatidos; passam depois por uma fase mista em que procuram ser assimilados e por fim passam a constituir o novo paradigma.
O que se entende hoje por ciência é o resultado de uma profunda alteração em que a reflexão racional e a validação pela experimentação metódica substituiu uma visão do mundo essencialmente baseada em pressupostos metafísicos. Desse modo, a ciência ergueu-se em oposição à religião, à superstição e ao conhecimento popular. A ciência tornou-se uma ferramenta potente que moldou a civilização atual, tanto na enorme promoção do bem-estar dos povos, como na disponibilização de meios que o põe em causa, de que são exemplos o desenvolvimento de armas terríveis e a degradação dos ecossistemas.
Desse modo, muito do conhecimento tradicional, acumulado por todos os povos ao longo de milhares de anos, passou a ser desconsiderado indiscriminadamente como parte do obscurantismo de que a ciência nos livrou. Para usar uma expressão francesa “deitou-se fora o bebé com a água do banho”. Com a água do banho foram as medicinas tradicionais, entre as quais as milenares medicinas chinesa e indiana, o conhecimento em fitoterapia e naturopatia, entre muitos outros saberes.

Apesar disso, todo esse imenso manancial de conhecimento persistiu, seguiu o seu caminho e continuou a desenvolver-se, por vezes inclusivamente utilizando as novas ferramentas do moderno método científico. Por sua vez, a indústria farmacêutica interessou-se pelo conhecimento ancestral da flora mundial, do qual extraiu numerosas moléculas que estão na base de muitos dos seus medicamentos, as quais, isoladas do complexo resultante da evolução da espécie, ainda que momentaneamente apresente maior eficácia, produz geralmente todo o tipo de efeitos secundários.
Embora as escolas de medicina moderna continuem, na sua maioria, a ignorar aspetos fundamentais da saúde, como a nutrição ou de um modo geral a interação e interdependência das várias partes do organismo vivo e do organismo com o seu meio, incluindo o efeito das plantas e outros ativos naturais na prevenção e até no tratamento de algumas patologias, cada vez mais a ciência valida esse conhecimento, aprofunda a dependência mútua dos organismos e da bioesfera e compreende a subtilidade das interações bioquímicas e dos campo de força que mantêm a nossa saúde.
Este fenómeno deveu-se em parte à compartimentação que resulta da especialização, da perda de uma visão holística. Contudo, é também devido à especialização que a ciência médica moderna se alçou ao nível a que chegou e que temos hoje investigadores de ponta a validar quer o conhecimento tradicional, quer a visão holística que preside necessariamente à harmonia de que resulta a Saúde (com letra grande, como diziam os meus pais e avós médicos).

Seria pois de esperar que os próximos anos ou décadas assistissem a uma colaboração em crescendo entre as várias especializações médicas ou modalidades terapêuticas, para promover, prevenir e manter a saúde das pessoas, para as tratar fazendo o menos mal possível e até, se não for sonhar demasiado alto, para investir na investigação de medicamentos que visem não tanto a manutenção de uma saúde precária em cada vez mais doentes crónicos, mas sim a recuperação da plenitude da sua saúde e bem-estar, ainda que isso constitua um modelo de negócio menos lucrativo.
Pelo nosso lado, pioneiros que fomos, com muitos outros, fieis à nossa motivação original, continuaremos a promover produtos de Saúde e Bem-Estar Natural, respeitadores da Natureza e do Ser Humano na sua plenitude holística, ancorados nos saberes tradicionais e validados pela melhor ciência disponível.