O discurso oficial sobre as graves consequências da utilização de plásticos e derivados tem vindo a mudar e algumas medidas avulso têm sido tomadas, tais como a proibição de palhinhas e talheres de plástico, mas na realidade a produção de plástico tem aumentado significativamente nas últimas décadas, devido ao seu baixo custo, alta durabilidade e resistência a produtos químicos, radiação e pressão. Naturalmente, nesse “baixo” custo não estão contabilizados os prejuízos que vão provocar em termos de degradação ambiental, destruição de ecossistemas e saúde humana e animal.

As atividades antrópicas e industriais geram grandes quantidades de resíduos plásticos que, mesmo após alguns ciclos de reciclagem, acabam direta ou indiretamente no ambiente, onde causam um enorme impacto físico e químico, comportando-se inclusivamente como disruptores endócrinos que, entre outros, causam esterilização, problemas comportamentais e diminuição da população, segundo relatório publicado pela Plastics, EDCs & Health: A Guide For Public Interest Organizations and Policy-makers on Endocrine Disruption Chemicals & Plastics.
Os microplásticos atuam também como captadores de poluentes orgânicos persistentes (POPs) altamente nocivos, PCBs, pesticidas organoclorados, DDE e nonilfenol, que são tóxicos e estão diretamente ligados a disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Capazes de permanecer muito tempo no ambiente, uma vez ingeridos fixam-se na gordura corporal, no sangue e outros fluidos de animais e humanos.